No dia-a-dia criamos rotinas para facilitar a vida. Colocamos (ou ao menos tentamos) as chaves no mesmo lugar para acharmos mais facilmente na hora de sairmos de casa. Automaticamente olhamos para o braço onde fica o relógio mesmo que não estejamos com ele. Criamos um roteiro do caminho que faremos para ir de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Todos os dias fazemos muitas coisas sempre iguais. Sem criarmos tais padrões, teríamos muito mais trabalho, é verdade. Certos atos são assim mesmo: automáticos. E precisam ser. Não há necessidade de grandes reflexões para se colocar a pasta de dente na escova, para ensaboar o corpo para frente e para trás, para ligar os cadarços do sapato em um laço. Foi preciso aprender cada pequeno gesto até chegarmos a essa performance atual que nos facilita a vida.
Porém, nem todos os atos do cotidiano precisam ser automáticos. Por que insistimos em partir o cabelo sempre do mesmo lado, falar o bom dia no mesmo tom, chegar e ligar a TV antes de conversar um pouco? Por que sempre pensar do mesmo jeito se existem tantas e inúmeras possibilidades? Sim, são muitas e incontáveis possibilidades. Nós escolhemos a qual queremos nos sintonizar. Criamos a rotina, depois somos engolidos por ela. Mas pode ser diferente.
Que tal, hoje, experimentar fazer diferente? Tirar do armário aquela blusa que achou que a cor lhe caía bem, mas teve vergonha de experimentar. Provar um novo penteado, um novo corte de cabelo, uma nova cor. Ousar conhecer outro lugar para o happy hour, fazer outro tipo de programa. Se sempre sai para barzinhos para conversar, que tal experimentar sair para dançar? Ou vice-versa. Ou se nem sabe mais o significado de sair com os amigos, arrisque redescobrir o prazer de estar perto das pessoas especiais de sua vida. Experimentar dormir um pouco mais tarde ou um pouco mais cedo. Ver um novo tipo de filme, ler um outro tipo de livro. Que tal folhear uma revista diferente? Quem sabe provocar reações diversas fazendo o trivial de outra maneira. Quem tal hoje tomar o mesmo banho à noite, mas com as luzes totalmente apagadas? Será que dá para fazer outro caminho além do habitual? Experimente. Pode ser que se surpreenda com uma outra praça, encontre um novo mercado, uma floricultura, um outro ângulo, um outro astral.
Sabe aquela viagem tão sonhada? Talvez seja a hora de tirar os planos da gaveta e colocar na ação. Sabe aquele hobbie antigo? Talvez ainda haja espaço para ele em sua vida, só precisa reorganizar as prioridades. Sabe aquelas pessoas que estão sempre do seu lado e que você acha que já sabem tudo que precisam saber? Já disse com todas as letras o que sente por elas? Talvez seja hoje o dia para deixar claro o amor que sente. E se, hoje, você experimentasse um outro jeito de interagir? Quem sabe perceberia um outro modo das pessoas também interagirem com você? Se você é sempre o falante, pode experimentar ouvir mais. Se é sempre o ouvinte, pode experimentar falar mais. Aquelas ideias de sempre, que tal colocá-las um pouco entre parênteses, e abrir outros canais de compreensão?
Pode parecer simples demais para despertar algo maior. Mas acredite, fazendo sempre as mesmas coisas, obtemos sempre os mesmos resultados. Um pequeno ato criativo nos dá energia para outros atos ainda mais criativos, num ciclo virtuoso. Um simples banho com as luzes apagadas promove tantas mudanças de padrões internos: nosso olfato se amplia, o tato fica mais sensível, a audição aguçada, nossa consciência corporal acorda. E se além de apagarmos as luzes acrescentarmos outros estímulos, o que pode acontecer? Se ao invés do mesmo sabonete, usarmos outro mais cheiroso? E se acrescentarmos um óleo de banho, como a pele reagirá a essa diferente textura? Além disso, se colocarmos um som agradável, que nos desperte boas sensações? Assim um ato simples pode trazer sensações que andavam adormecidas ou que nem conhecíamos ainda.
Uma dose extra de ânimo pode nos visitar quando nos abrimos para a vitalidade das coisas novas, das maneiras infinitas de agir, pensar e sentir. Se um dia aprendemos os padrões que nos governam agora, podemos escolher outras formas e sermos agentes na própria vida.
Experimente algo diferente e preste atenção aos resultados! Permita-se a supresa.
Publicado em: Especial "Viver com Sabor", parceria Kibon e Personare
http://www.personare.com.br/revista/viver-com-sabor/materia/352/que-tal-um-pouco-mais-de-ousadia
Por Juliana Garcia
Psicóloga, psicodramatista, escritora, colaboradora da Revista Personare, coordena atividades voltadas para saúde e bem-estar no Espaço Revitalizar em Belo Horizonte-MG.
Porém, nem todos os atos do cotidiano precisam ser automáticos. Por que insistimos em partir o cabelo sempre do mesmo lado, falar o bom dia no mesmo tom, chegar e ligar a TV antes de conversar um pouco? Por que sempre pensar do mesmo jeito se existem tantas e inúmeras possibilidades? Sim, são muitas e incontáveis possibilidades. Nós escolhemos a qual queremos nos sintonizar. Criamos a rotina, depois somos engolidos por ela. Mas pode ser diferente.
Que tal, hoje, experimentar fazer diferente? Tirar do armário aquela blusa que achou que a cor lhe caía bem, mas teve vergonha de experimentar. Provar um novo penteado, um novo corte de cabelo, uma nova cor. Ousar conhecer outro lugar para o happy hour, fazer outro tipo de programa. Se sempre sai para barzinhos para conversar, que tal experimentar sair para dançar? Ou vice-versa. Ou se nem sabe mais o significado de sair com os amigos, arrisque redescobrir o prazer de estar perto das pessoas especiais de sua vida. Experimentar dormir um pouco mais tarde ou um pouco mais cedo. Ver um novo tipo de filme, ler um outro tipo de livro. Que tal folhear uma revista diferente? Quem sabe provocar reações diversas fazendo o trivial de outra maneira. Quem tal hoje tomar o mesmo banho à noite, mas com as luzes totalmente apagadas? Será que dá para fazer outro caminho além do habitual? Experimente. Pode ser que se surpreenda com uma outra praça, encontre um novo mercado, uma floricultura, um outro ângulo, um outro astral.
Sabe aquela viagem tão sonhada? Talvez seja a hora de tirar os planos da gaveta e colocar na ação. Sabe aquele hobbie antigo? Talvez ainda haja espaço para ele em sua vida, só precisa reorganizar as prioridades. Sabe aquelas pessoas que estão sempre do seu lado e que você acha que já sabem tudo que precisam saber? Já disse com todas as letras o que sente por elas? Talvez seja hoje o dia para deixar claro o amor que sente. E se, hoje, você experimentasse um outro jeito de interagir? Quem sabe perceberia um outro modo das pessoas também interagirem com você? Se você é sempre o falante, pode experimentar ouvir mais. Se é sempre o ouvinte, pode experimentar falar mais. Aquelas ideias de sempre, que tal colocá-las um pouco entre parênteses, e abrir outros canais de compreensão?
Pode parecer simples demais para despertar algo maior. Mas acredite, fazendo sempre as mesmas coisas, obtemos sempre os mesmos resultados. Um pequeno ato criativo nos dá energia para outros atos ainda mais criativos, num ciclo virtuoso. Um simples banho com as luzes apagadas promove tantas mudanças de padrões internos: nosso olfato se amplia, o tato fica mais sensível, a audição aguçada, nossa consciência corporal acorda. E se além de apagarmos as luzes acrescentarmos outros estímulos, o que pode acontecer? Se ao invés do mesmo sabonete, usarmos outro mais cheiroso? E se acrescentarmos um óleo de banho, como a pele reagirá a essa diferente textura? Além disso, se colocarmos um som agradável, que nos desperte boas sensações? Assim um ato simples pode trazer sensações que andavam adormecidas ou que nem conhecíamos ainda.
Uma dose extra de ânimo pode nos visitar quando nos abrimos para a vitalidade das coisas novas, das maneiras infinitas de agir, pensar e sentir. Se um dia aprendemos os padrões que nos governam agora, podemos escolher outras formas e sermos agentes na própria vida.
Experimente algo diferente e preste atenção aos resultados! Permita-se a supresa.
Publicado em: Especial "Viver com Sabor", parceria Kibon e Personare
http://www.personare.com.br/revista/viver-com-sabor/materia/352/que-tal-um-pouco-mais-de-ousadia
Por Juliana Garcia
Psicóloga, psicodramatista, escritora, colaboradora da Revista Personare, coordena atividades voltadas para saúde e bem-estar no Espaço Revitalizar em Belo Horizonte-MG.
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